Tsedacá caridade ou justiça?



A caridade dada a um pobre salva sua vida ou, pelo menos lhe permite viver por um determinado período. Por isto a Tsedacá tem a qualidade de "salvar vida"

Nas Grandes Festas, quando comparecemos perante D'us para o julgamento de nossas ações, lembramos que por pior que seja o nosso rol, sempre é possível evitar a má sorte através de Teshuvá, Tefilá e Tsedacá - arrependimento, prece e caridade.

O arrependimento sincero das falhas cometidas no passado deve incluir a firme resolução de fazer apenas boas ações no futuro.

A prece é o meio de comunhão com D'us e nossas três orações diárias - de manhã, à tarde e à noite - estão contidas no Sidur.

Analisemos mais detalhadamente a caridade.

Nossos sábios falam freqüentemente de Tsedacá como uma grande mitsvá que pode até mesmo salvar da morte certa. A razão pela qual a Tsedacá é tão importante reside no fato de que ela representa o esforço "total" por parte do doador. Isto quer dizer que, enquanto as outras mitsvot são cumpridas com uma determinada parte do corpo - por exemplo: Tefilin são colocados no braço e na cabeça; o estudo da Torá requer concentração mental, etc. - Tsedacá é uma contribuição feita de corpo inteiro, pois requer o envolvimento total do indivíduo, tanto físico como mental pelo trabalho que leva a ganhar dinheiro. Qualquer quinhão da quantia ganha doada para caridade é parte deste esforço "total". Além disto, a caridade dada a um pobre salva sua vida ou, pelo menos lhe permite viver por um determinado período. Por isto a Tsedacá tem a qualidade de "salvar vida".

A palavra Tsedacá em hebraico significa na realidade "um ato de justiça". Dar Tsedacá é algo que devemos fazer, não como um ato de bondade, mas como um dever e obrigação, tal como pagar uma dívida.

Traduzimos Tsedacá como "caridade" somente porque é difícil achar em português uma palavra que traduza o seu verdadeiro sentido. Pois, do ponto de vista judaico, Tsedacá é diferente de caridade. Em geral, as pessoas pensam, que ao doar algo a um pobre ou a uma instituição de caridade, dão algo que lhes pertence integralmente e, portanto, fa-zem um ato de bondade para o qual merecem agradecimento. Mas a palavra Tsedacá em hebraico significa na realidade "um ato de justiça". Dar Tsedacá é algo que devemos fazer, não como um ato de bondade, mas como um dever e obrigação, tal como pagar uma dívida.

Nós acreditamos em D'us - não somente por ter Ele criado o mundo, mas também porque Ele conduz e determina tudo: os destinos individuais dos homens, dos animais, da plantas e até a última partícula de areia da praia. Tudo que temos é dado por D'us, pois tudo é d'Ele.

Quando doamos algo a um necessitado, não damos algo que nos pertence, mas sim algo que é de D'us; somos os "agentes" d'Ele. Portanto, não se trata de um ato de graça devido à nossa bondade, mas de um dever e de uma dívida. É como se alguém nos desse uma soma em dinheiro, dizendo: "Tome uma parte para você e distribua o resto entre os pobres."

Desfazer-se do dinheiro é como se fora um teste. E, embora sejamos tentados a repartir o menos possível, D'us nos recompensa generosamente ao darmos Tsedacá "da Sua conta" e por isso, a Tsedacá é um ótimo investimento, sob qualquer ponto de vista.

Quanto devo dar?

Temos algo mais a dizer sobre esta grande mitsvá. A questão é: quanto devemos dar como Tsedacá?

Qualquer mitsvá tem suas regras quanto ao tamanho e quantidade. Por exemplo, Tsitsit devem ter quatro fios dobrados perfazendo oito em cada um dos quatro cantos e a própria veste deve ter um certo tamanho; da mesma forma, os Tefilin devem ter certas dimensões; a Sucá tem as suas medidas estabelecidas e assim por diante. A Tsedacá também tem seus regulamentos. De acordo com a Lei da Torá, devemos dar pelo menos um décimo dos nossos ganhos para Tsedacá. Se acharmos que devemos dar mais, podemos dar até o dobro dessa quantia.

O primeiro Rebe de Chabad, Rabi Shneur Zalman de Liadi, disse que se queremos dar mais que um quinto dos nosso ganhos para Tsedacá, podemos "quebrar" essa Lei sem entrar em nenhum problema; pelo contrário, só nos trará benefícios. Se uma pessoa pode dizer com toda certeza que nunca transgrediu nenhuma lei da Torá e conduz sua vida estritamente de acordo com o Código da Lei Judaica, pode seguir estritamente também a lei da Tsedacá no valor de dez a vinte por cento dos seus ganhos. Mas quem pode fazer honestamente esta afirmação? Certamente bem poucos. É portanto aconselhável para a maior parte das pessoas não levar em consideração o limite de 20% e doar mais do que isso.

Doar Tsedacá acima da quantia limite, certamente colocará a pessoa em uma situação melhor, principalmente quando quiser reparar algum ato errado que porventura tenha cometido. Além do mais, diz este sábio, quando oramos, não pedimos a D'us que nos dê as coisas apenas em medida restrita e exata; rezamos por Sua bondade e misericórdia que são infinitas e incomensuráveis. Rezamos a D'us para que seja bondoso e generoso, mesmo quando não o merecemos. De qualquer modo, D'us não nos deve absolutamente nada e, no entanto, nos dá com generosidade o tempo todo. Assim, o mínimo que podemos fazer é agir da mesma maneira para com os outros que necessitam de ajuda.

É especialmente importante lembrar disto durante o período dos Dez Dias de Arrependimento, em particular nos Dias de Julgamento de Rosh Hashaná e Yom Kipur, quando as boas ações e as falhas são colocadas na balança da Justiça. Se o julgamento Divino fosse conduzido estritamente de acordo com as anotações, quem poderia ter certeza sobre o veredito? Não queremos arriscar al-go assim. Antes, oramos a D'us para que Ele deixe de lado as balanças e os pesos e pedimos que nos dê vida, boa saúde e todas as coisas boas sem medida. Seria, portanto, conveniente também agir dessa mesma maneira - esquecer as medidas de Tsedacá e dar mais do que a lei exige.

Os sábios dizem, que não importa qual seja o motivo, é sempre bom dar Tsedacá, pois, antes de tudo, o pobre deve ser alimentado e vestido e as instruções da Torá devem ser mantidas. Portanto, mesmo que alguém queira dar Tsedacá porque quer se destacar na comunidade, se tornar rico, porque há doença na família ou porque não suporta ver alguém necessitada - ainda é uma mitsvá.

A forma mais elevada de Tsedacá é a contribuição anônima, na qual aquele que se beneficia desconhece o doador e nem mesmo sabe a quem agradecer, a não ser a D'us.

A forma mais elevada de doar Tsedacá, todavia, é aquela que é dada porque D'us nos mandou dar, sem pensar em nenhum proveito pessoal. Por isto, a forma mais elevada de Tsedacá é a contribuição anônima, na qual aquele que se beneficia desconhece o doador e nem mesmo sabe a quem agradecer, a não ser a D'us.

Mas não somente o rico é obrigado a dar Tsedacá. A Lei aplica-se igualmente a todos, rico ou pobre. Mesmo um pedinte que vive de Tsedacá deve também dar Tsedacá. Até um jovem que recebe mesada de seu pai deve doar uma parte como Tsedacá.

Convém lembrar que Tsedacá não é necessariamente uma contribuição em dinheiro. A ajuda prestada pode ser de muitas outras maneiras: dedicar parte do esforço ou tempo; animar com uma palavra de encorajamento. Acima de tudo, há a Tsedacá de ajuda espiritual. Há homens ricos, não em dinheiro, mas em conhecimento. Quando uma pessoa que conhece mais Torá ensina alguém de menor conhecimento, está repartindo Tsedacá espiritual, que talvez seja uma mitsvá maior que a ajuda financeira. Neste campo também há várias possibilidades, especialmente para os estudantes de Yeshivá que podem praticar Tsedacá com jovens de sua idade - "pobres" em conhecimento de Torá.

Embora a Tsedacá seja tão importante e possa até salvar vidas, não devemos pensar erroneamente que somente com Tsedacá cumprimos todas as obrigações e deveres de um judeu.

Tsedacá é apenas uma das "pernas do tripé" sobre a qual se apoia o mundo, como afirmam os sábios: "O mundo se apoia sobre três pilares, a Torá, o serviço Divino (i.e., as preces) e a prática da bondade amorosa (da qual faz parte a Tsedacá)."


A Tsedacá torna o indivíduo um bom homem e parcialmente um bom judeu. Para ser um bom judeu na íntegra, é necessário possuir as outras duas bases também - ter participação na Torá através de seu estudo e do apoio estendido às instituições onde a Torá é estudada; além de servir a D'us através das orações e do cumprimento dos preceitos religiosos.

Um investimento lucrativo (Tsedacá)



"Abra a sua mão" – (patuach tiftach et yadechá), "seja caloroso e generoso com seus irmãos".

O adágio popular diz: "A carga que um camelo suporta depende de sua força". D’us espera que a pessoa doe tsedacá proporcionalmente à abundância com que foi abençoada.

Um judeu nunca deve se perguntar se deve ajudar ou não, somente para quem e como oferecer ajuda, porque o ajudante definitivo dos pobres e ricos é o próprio D’us.

A Torá dirige-se a dois tipos de pessoas. Àquele que não consegue decidir se vai ou não doar, D’us diz: "Não endurecerás o seu coração". 

E, para alguém que deseja dar, mas no último instante volta atrás, D’us diz: " Não fecharás sua mão".

O versículo conclui com um aviso implícito para aquele que se mantém insensível: "O indivíduo diante de você é ‘seu irmão necessitado’. Se você rejeitar sua solicitação, você é aquele que poderá acabar se tornando seu ‘irmão’ na pobreza". 

Maimônides, o Rambam, escreve: "Nunca houve dez judeus que morassem no mesmo local e não estabelecessem um fundo de tsedacá.

"Nós, o povo judeu, precisamos garantir o cumprimento da mitsvá de tsedacá de maneira elevada, pois ela nos caracteriza como a virtuosa e bondosa semente de Avraham, sobre quem D’us declarou: ‘Pois Sei que ele ordenará seus filhos e descendentes depois dele a fazer tsedacá.’"

Ouro, prata e cobre

Há três tipos de caridade (tsedacá), que podem ser comparados ao ouro, prata e ao cobre. A caridade que a pessoa dá quando ela e sua família são ricas e as coisas vão bem é comparada ao ouro. Este tipo de caridade tem o mais poderoso efeito no Céu, comparável a um presente a um imperador. Apesar de ser dada sem nenhuma razão em especial, protege o doador de futuras eventualidades. Ze Hanoten Bari (Aquele que dá quando tem saúde), formando Zahav (ouro, em hebraico). 

Há, então, um segundo tipo de caridade, a caridade que a pessoa dá quando adoece. É menos efetiva, uma vez que é dada num momento de necessidade; sendo, portanto, comparada à prata. 
Se a pessoa adia a doação de caridade até que esteja gravemente doente (e, metaforicamente, está com a corda no pescoço, prestes a ser executado), o valor de sua caridade é reduzido a cobre.

- Hoje, não mais possuímos o mizbêach, o altar do Templo Sagrado, a mesa para trazer bênção sobre nosso alimento. Em seu lugar, a mesa na casa de cada um é sua fonte de bênção. Afortunado é o homem em cuja mesa encontram-se duas coisas: palavras de Torá e uma porção para o pobre.

Se uma pessoa conduz sua mesa dessa maneira, dois anjos aparecem ao final da refeição. Um exclama: "'Esta é a mesa posta perante D'us'. Que possa sempre desfrutar das bênçãos Celestiais!" O segundo anjo repete suas palavras e conclui: "Que possa esta mesa ser posta perante D'us neste mundo e no mundo futuro!"

Quanto agradecimento e louvor uma pessoa deve ao Criador, por possibilitar-lhe estar entre os que dão tsedacá a outros! A pessoa deve perceber, contudo, que todo o dinheiro que controla, em realidade, não é "seu", mas do Criador. Se D’us confiou-lhe riqueza, é para testar se dará tsedacá com generosidade, e com as intenções apropriadas. 

Três atos têm o poder de abolir os decretos dos céus: 

1. Arrependimento (teshuvá) 
2. Dar tsedacá
3. Orações (tefilá) 

Uma pessoa não deve abster-se de dar caridade, sob qualquer circunstância. Sua caridade a precederá (no Mundo Vindouro), e lhe garantirá boa saúde e um bom nome.

A Tsedacá possui o poder de salvar e o de prolongar a vida de uma pessoa. 
Um investimento sem dúvida lucrativo a curto, médio e longo prazo…

D'us e o Facebook Podem Ser Amigos?


 
Eis aqui algo para se pensar: a tecnologia ajudou ou atrapalhou o comprometimento religioso?

Ciência e religião há muito têm tido um relacionamento tumultuado. No Século 16 as descobertas de Copérnico e Galileu deram um arrepio na espinha dos religiosos, e a ciência ameaçava substituir D'us pela razão. Mas a religião não foi deixada de lado. Na verdade, as descobertas científicas com frequência mostram o brilhante projeto de D'us para o universo.Vamos correr até o Século 21.

A essa altura a ciência tem desvendado impressionantes desenvolvimentos que alteraram radicalmente as nossas vidas, e o progresso continua a toda velocidade. Os cientistas dizem que nos anos 1990-2000 houve mais avanços científicos que em toda a história combinada! Aqui surge a pergunta contemporânea: A tecnologia e a religião podem trabalhar em uníssono?

Por um lado, a alta tecnologia parece na malhor das hipóterses uma distração para aqueles que buscam o espiritual. Na pior, desvenda todo um mundo novo de tentação. Um judeu tem algo de significativo a ganhar de uma página de Facebook, o iPad com 3G, ou um smartphone BlackBerry? Por mais vital que a comunicação instantânea possa ser, ela realmente torna o mundo um lugar melhor?

O Zohar, escrito há quase dois mil anos, tem algo surpreendente a dizer sobre o valor da tecnologia. Segundo o Zohar, o desenvolvimento da tecnologia leva ao crescimento espiritual sendo na verdade um prelúdio para a vinda de Mashiach. O Zohar vê esta previsão na descrição vívida da Torá sobre o dilúvio de Nôach: “No ano 600 da vida de Nôach… todas as fontes da grande profundeza irromperam, e as janelas do céu se abriram.”1

A água jorrou dos céus e brotou da terra através de fontes naturais. Espelhando essa descrição, o Zohar prevê um futuro dilúvio – apenas este dilúvio seria um derramar de sabedoria. (A água é um símbolo cabalístico para sabedoria). Cada parte do futuro dilúvio está previsto na Torá:

“No ano 600 da vida de Nôach…” – Os seiscentos anos da vida de Nôach aludem ao sexto milênio da existência do mundo, mais especificamente o ano seiscentos do sexto milênio. Transposto para o Calendário Gregoriano, é a metade do Século 19, mais especificamente o ano 1840 EC.

“As fontes da grande profundeza irrompem…” – Isto, diz o Zohar, é uma alusão ao desenvolvimento científico que vai emergir da engenhosidade humana e vai inudar a terra no sexto milênio.

“E as janelas do céu se abriram.” – Os céus também brotarão com sabedoria esotérica e mística, uma referência ao profundo entendimento da Torá, a Cabalá.

O Zohar conclui: Tanto a sabedoria elevada como a inferior virão para preparar o mundo para o sétimo milênio, a Era Messiânica, quando “o mundo estará repleto com o conhecimento de D'us como as águas cobrem o leito do oceano.”2

Mil e quinhentos anos após serem escritas, as previsões do Zohar começaram a se desenrolar. Como um prelúdio desta mudança cósmica, passaremos a conhecer alguns empolgantes avanços.

O ano 1820 marcou o surgimento da Revolução Industrial, também conhecida como Revolução Tecnológica. Os avanços tecnológicos começam a surgir num movimento espiral ascendente. Estradas de ferro, eletricidade, telefone, e por fim automóvel e avião mudaram a vida como a conhecíamos.

O início do século 19 também assinalou uma reviravolta maciça na sociedade judaica. Um século antes o Baal Shem Tov tinha catalisado a Revolução Chassídica, e por volta de 1800, os ensinamentos mais profundos da Torá, conhecidos como Cabalá e Chassidismo, começaram a ser largamente estudados e disseminados. Os rituais judaicos que tinham sido entendidos de maneira mecânica por milênios agora eram ensinados com profundidade e amplitude inteiramente novas, vistos através da lentes do misticismo judaico. Os segredos do universo que antes eram exclusividade para os místicos começaram a saturar a sociedade judaica na Europa e em outros locais.

Duas escolas de sabedoria tinha surgido poderosamente. Assim como o Zohar tinha previsto, a metade do sexto milênio trouxe um diluvio torrencial de conhecimento.

O Zohar previu que tanto o conhecimento elevado como o inferior viriam como um prelúdio da Era Messiânica. Na verdade, há um antigo costume de provar a comida do Shabat na sexta-feira. Da mesma forma, D'us está nos dando um sabor da sabedoria abundante que estará disponível no sétimo milênio, a época de Mashiach, um pouco mais cedo, no sexto milênio.

Mas como a Revolução Tecnológica é parte de um prelúdio ao profundo conhecimento de D'us que estará disponível nos tempos de Mashiach? Como a tecnologia reforça uma realidade centrada em D'us? Como as “águas” superiores e inferiores trabalham em uníssono?

Talvez você não perceba que acaba de se juntar à maior congregação virtual judaica do mundo.

Bem vindo ao ao nosso site que você agora está visitando. Talvez você não perceba que acaba de se juntar à maior congregação virtual judaica do mundo. Com milhões de visitantes por mês e milhares de artigos de Torá, a tecnologia permitiu que a esfera de influência da Torá se expandisse em proporções gigantes.

Por muitos anos agora, transmissões ao vivo de rádio e televisão e a internet têm sido usadas para divulgar os ensinamentos da Torá e Chassidismo. Eles atingem pessoas que de outra forma não teriam acesso ou interesse no estudo de Torá. A tecnologia é como uma tela que avança em 3D criando uma rede enorme de influência sempre em expansão para saturar o mundo com a vibraçã judaica; no celular, ipad, em todas as formas e formatos possíveis sempre sendo redesenhados, ganhando sempre mais velocidade e feacil acesso.

Além disso, a tecnologia nos ensina sobre D'us de maneira mais palpável do que poderíamos ter conhecido a partir de um texto filosófico.

Os livros dizem que D'us tem “um olho que vê e um ouvido que escuta.”3 Ele é onipresente, observando a todos ao mesmo tempo. Há cem anos aceitávamos a palavra dos livros para isso, mas com o Google Earth, de repente não está mais tão longe de procurar.

Os livros dizem que D'us dá vitalidade contínua às Suas criações. Cem anos atrás acreditávamos nisto. Agora entendemos isto. Se uma usina elétrica energiza milhões de aparelhos elétricos com uma corrente consistente passando através de cada aparelho, então o processo criativo de D'us se torna mais compreensível.

É claro, D'us não pode dublar Sua criação. Portanto em vez de tornar óbvio que a principal função da tecnologia é espalhar o conhecimento de D'us, Ele lhe deu uma fachada humana. Para manter o equilíbrio entre bem e mal no mundo, D'us também deu às forças do mal a oportunidade de colocar seu dedo negro na torta da tecnologia – daí a Internet, “crackberries”, (pessoas viciadas em seus BlackBerrys), e muita imoralidade para esconder a verdadeira natureza do nosso diluvio tecnológico.

A Cabalá, no entanto, é inequívoca em sua declaração de que a tecnologia não apenas é boa, mas espetacular. Para isto é só selecionar, filtrar e transformar o mundo para o bem. E a favor dele.

Por Rochel Holzkenner.

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Notas:
1 – Bereshit 7:11
2 – Isaiah 11:19
3 – Ética dos Pais 
4 – Baseado numa palestra do Rebe, registrada em Licutei Sichot vol. 15.

Rabino defende poligamia em Israel



Há mais de mil anos a poligamia é proibida pelo judaísmo. Mas, agora, um pequeno grupo em Israel luta para que o antigo hábito praticado pelos patriarcas volte a ser aplicado legalmente. Há muitos opositores à ideia.

A organização Família Judaica Completa pretende fazer, em Israel, uma campanha dos supostos benefícios sociais dos casamentos múltiplos e garante que não há nenhuma lei judia em vigor que os proíba expressamente.

A poligamia, argumentam seus defensores, é a única solução para as jovens judias que enfrentam uma “enorme escassez de candidatos a marido, especialmente entre o público ultraortodoxo”.
“Se você perguntar aos casamenteiros que organizam 90% dos casamentos no mundo ultraortodoxo, eles responderão que, para cada 2,5 mil mulheres livres, há apenas 600 homens solteiros. Há muitas mulheres condenadas ao celibato”, afirma o rabino Yechezkel Sofer, morador de Tel Aviv e promotor da iniciativa.

Proibição

A proibição da poligamia no judaísmo, explica, foi ditada pelo rabino Gershon, na Alemanha, no século passado, que erradicou a prática entre os judeus asquenazes (da Europa central e oriental), mas não entre os sefardis (que se instalaram em países árabes após ser expulsos da Espanha).

Na Pérsia, Iêmen, Curdistão e, de forma mais limitada, no Marrocos, os judeus durante gerações se casaram com várias mulheres, segundo Sofer. Ele considera que a proibição de Gershon “tinha uma limitação temporária e espacial: estava restrita à região onde habitava e ao quinto milênio, por isso terminou já faz 760 anos”.

“A proibição está suspensa e nós temos que nos reger pelos costumes de nossos antepassados”, diz, enquanto lembra que os pais fundadores do povo judeu tiveram várias esposas (Abraão, duas, e Jacob, quatro) “para ampliar a família e porque a mulher tem um papel importante e sua defesa do homem é o que dá estabilidade e segurança à família.”

Para ele, todos os grandes rabinos dos últimos séculos, inclusive o Gaon de Vilnius, estavam a favor da multiplicidade de mulheres e Maimônides (de Córdoba) permitiu até 100 esposas.

Oposição

A opinião de Sofer difere muito da de outros religiosos. O rabino Jacob Bezalel, assessor do rabino chefe sefardi Shlomo Amar, considera a campanha da Família Judaica Completa “uma perversão do judaísmo motivada unicamente pela luxúria carnal”, afirmou ele ao jornal Jerusalem Post.  “Trata-se de uma distorção e uma loucura. Nenhum rabino pode permitir algo assim, é uma vilania”, afirma Bezalel.

Sofer rebate o argumento de Jacob Bezalel, dizendo que há dezenas de casos de poligamia judaica em Israel, mas admite a dificuldade de precisar quantos, porque “muitas pessoas fazem (a poligamia) às escondidas.”

KABBALAH TV