A Antropomínia da Sobrevivência


A Antropomínia da Sobrevivência


A Troca de Nomes, a Antropomínia da Sobrevivência 
Marcelo M. Guimarães


Modernamente, a antroponímia, ramo principal da onomástica, é o estudo dos antropónimos, ou seja, dos nomes próprios dos indivíduos.


A tradição judaica sempre atrelou nomes próprios com seu significado, implicando, assim, uma identificação do futuro de um indivíduo com seu próprio nome. O próprio Nabucodonozor, rei da Babilônia, mudou o nome de quatro cativos hebreus, nobres de Jerusalém, Daniel, Hananinas, Misael e Azarias para Belteshazar, Shadrach, Meshach e Abed-Nego, proveitando dos talentos dos mesmos.
Segundo Elias Lipner, no seu livro “Os Batizados em pé”, na história onomástica dos judeus em Portugal distinguem-se três períodos: o dos genuínos, o dos nomes impostos e o de restauração. O primeiro, segundo este autor, em que o judaísmo era permitido, vai desde o da monarquia portuguesa até 1497; o segundo, inicia-se nesse ano, quando por ordem de D. Manuel foram impostos nomes cristãos aos habitantes judeus; e o terceiro, cujo inicio coincide paralela e cronologicamente com o anterior, desenvolvendo em seguida com a independência, quando uma parte de judeus livres da inquisição começaram a restaurar seus nomes judaicos.
Nos primeiros tempos mantinham seus antigos nomes em público exclusivamente para identificação, na lavratura de documentos jurídicos. Assim, o nome Isaque Latam, donatário das casas de Dom Abravanel no tempo de D. João II, já aparece como “ Lourenço Vaz”, depois do batismo forçado. Geralmente tomavam o nome dos padrinhos de batismo. Muitos que tinham, por exemplo, o sobrenome Abravanel, adotaram o “ Martins”. A história registra o sobrenome Martins empregado por judeus portugueses que posteriormente emigraram-se para Londres- Inglaterra.


Os nomes dos judeus da península ibérica eram também traduzidos do hebraico, ou fonetizados na língua hispânica ou portuguesa, como por exemplo, Tzur para Rocha, Baruch para Benito ou Bendito, Moshe para Moisés, Yehuda para Judá, etc.


Era comum depois do batismo de judeus, depois que eles começaram a emigrar-se para outros países, conservarem o nome de sua cidade natal, como por exemplo, de Miranda, da cidade de Miranda ao norte de Portugal, assim também aqueles que eram de Toledo, de Braga, de Navarro, de Leon, de Coimbra, etc.


Também era comum o judeu tomar as letras finais “EZ” da palavra “Eretz” que quer dizer “terra” em hebraico em alusão a lembrança da terra de seus ancestrais. Assim, tem-se os Perez, os Lopez, os Rodriguez, os Gonzalez, Martinez, etc.


Os nomes bíblicos também incluía nomes de animais para personagens de ambos os sexos, como por exemplo: (1)


Tzippor – Ave, pássaro


Yonah – Pombo


Hanab – Gafanhoto


Tolá – Varão


Num – peixe


Rahel – cerva


Deborah – abelha


Yael- cabra da montanha


Outros exemplos da origem dos nomes:


-         Do nome Hayim, vida em hebraico, originou-se do latim, Vita, Vito, Viton, Vital, Vidal, Vida, Vidalon, Vivones.


-         Do nome Shem Tob ( Nome Bom), originou-se Nomebom, Bom Nom, Santob, Santo, Sento(em Castilha), Santhon, Centon, Santon ( no reino de Aragão).


-         Yom tob – dia Bom, derivou Bondia, bondiag,Bondion, Jento, Gento, Bonfed, Janto no reino de Aragão.


-         Tob Elen é trazido por Boa Criança, Bom Menino, Bom Filho, derivou Bon Enfant, Bonfils, Narbonne, Bonfil


-         Castiel – aquele que vem de Castilha


-         Laredo – aquele que vem da província de Santander


-         Medina – de Medina de Pomar, província de Burgos


-         Fonseca – de Fonseca – Província de Oviedo


-         Miranda – da cidade de Miranda


Exemplos de nomes advindos de particularidades físicas:


-         Catan – Pequeno


-         Moreno – pele morena


-         Amzalag -  o Calvo, o Careca


-         Guidon ou Guideon – cansado, quebrado, estropiado


-         Beloniel – filho do Enfermo, do Fraco


-         José- Yosef – ele ajustará


Exemplos de nomes Teofóricos:


-         Neemias – Filho do D-us consolará


-         Eliezer – Meu D-us socorredor


-         Ezra ou Esdras – socorro, ajuda


-         Israel – Filho do D-us vencerá


-         Shaú – desejado por D-us


-         Amiel – Povo de D-us, adoradores


-         Daniel – D-us é meu juiz


-         Rafael – D-us que cura, etc.


Nomes de animais:


-         Lobato – Lobo


-         Sabá – Leão


-         Efron – Gazela


-         Albaz – O Falcão


Relação dos Nomes Patronímicos


A relação dos nomes das famílias sefarditas, como foram grafados na época por pessoas que às vezes pertenciam à mesma família, mas que escreveram seus sobrenomes de modo diferente, como eram pronunciados em sua terra de origem.


O período aqui abrangido corresponde aproximadamente a noventa anos, desde a extinção da Inquisição no Reino Unido de Portugal – Brasil.


-         Cadosh – Caén – Caggi- Cahen – Cardozo


-         Cohen – Cohim – Coriat – Corte Real


-         David – Davila – Delmar


-         Elbas – alves


-         Fahri – Farahe – Fassi – Fima- Foinquinos- Franco


-         Gabay – Gabizón – Galano- Grason- gonçalves- Guenum


-         Hachuel – Halevy – Hamouss – Hamoy


-         Hazan – Henriques – Hombres- Homem


-         Levi – Levin- Ley – Lopez- Loreti


-         Maimarán – malaquias – Marques – Mathias- Medina- Melo- Mendes-Meyer- Moreno


-         Pacífico – Pazuelo- Peres – Perez- Pinto- Primo


-         Sabá – Scrão – Salgado- Samuel- Secrón- Semana-


-         Sentob- Serfati Serigue- Serruya- Serulha


-         Sinay – Sion- Siqueira- Soares- Suaha-Suzanna


-         Tapiero – Taub- Titan-Tolebem-toedano-Tzion


-         Yahir- Yair- Jair- Yosseph


-         Zagury-Zanzon-Zetune


É importante ressaltar que os nomes hebraicos sempre assimilou os nomes do país ou da localidade. Os nomes dos judeus Ashkenazim são bons exemplos. Por exemplo, na bíblia não se encontra os Goldstein, Rosengaus, Rosemberg, Eistein, Weissman, kaufman, Silberman, Freud,etc. São nomes típicamente germânicos. Da mesma forma, nomes como Polansky, Sharansky, Lavinsky são exemplos de nomes poloneses. Idem Costeau, Costin, Bom Enfant são franceses. Já os nomes dos Sefarditas da Espanha encontramos aqueles que mantiveram seus hebraicos, como Abravanel, Perez, Levy, Cohen, etc. e outros que foram assimilados da língua espanhola, como Ximenez, Lopez, Rodriguez, Gonzalez, etc. Já em Portugal, encontramos os Miranda, os Cardozo, os Pintos, Almeida, Azeredo, Azevedo, os Martins, os Costas, Nogueira, Pereira, Teixeira, etc.


Fica uma ressalva que os nomes sefarditas devem ser preservados, quebrando todo e qualquer tipo de preconceito junto as comunidades judaicas. Como a maioria dos judeus Ashknazi possuem e preservaram seus nomes germânicos, poloneses e russos, etc.


Da mesma forma que nem todo kaufman ou Rosemberg é judeu, da mesma forma nem todo Miranda ou Pinto também.


Se falamos agora da restauração dos cristãos-novos ou marranos às suas raízes judaicas, devemos também preservar os nomes hispânico-portugueses, pois são autênticos e históricos.

Fonte:
http://www.anussim.org.br/index.php?option=com_content&task=view&id=18&Itemid=27

Cohen


As mãos em posicão do Cohen, tradicional benção que os sacerdotes judaicos dão para sua congregação.
Família Cohen


Cohen ou Kohen (em hebraico כהן, sacerdote, pl. כהנים kohanim) é o nome dado aos sacerdotes na Torá, cujo líder era o Cohen Gadol (Sumo Sacerdote de Israel),[carece de fontes] sendo que todos deveriam ser descendentes de Aarão.[1]
Hoje, dentro do judaísmo, Cohen é uma classe de pessoas que possuem a tradição e reconhecimento da comunidade judaica, de que sejam descendentes da casta sacerdotal. Realizam alguns serviços especiais nas sinagogas, e devem obedecer certos preceitos para garantir que estejam aptos a exercerem novamente o sacerdócio quando ocorrer a reconstrução do Templo de Jerusalém. Segundo as escrituras, e profecia de Ezequiel, somente os Cohen da semente de Zadoque serão selecionados para o ministério sacerdotal.


Os estudiosos partiram da hipótese de que se todos os cohanim da atualidade descendem de Aarão, devem ter marcadores genéticos ou alotipos comuns. As pesquisa encontraram um marcador particular (YAP) detectado em 45% dos Cohanim. Sucessivamente a seleção dos marcadores do cromossomo Y foi ampliada e foram encontrados seis marcadores específicos em 97 dos 106 cohanim testados. Esse conjunto de marcadores chama-se "Cohen Modal Haplotype" (CMH) foi encontrada entre ashkenazim como sefaradim, e serve como meio de definição atualmente da linhagem sacerdotal. Entre não judeus, a seqüência praticamente inexiste, sendo encontrado com incidências de 14% entre Yemitas e ~7% entre Jordanianos [2]. Em 2009, foram publicados novos artigos que informam a descoberta de uma assinatura genética nos Cohen do Haplogroup J2, que apontam um tempo de ancestralidade ligado a Zadoque,[carece de fontes] o sumo-sacerdote que ungiu o Rei Salomão.


Apelido Cohen


O estatuto do Kohen no judaísmo não tem necessáriamente qualquer relação com o apelido. Embora seja verdade que muitas vezes descendentes de kohanim ostentar sobrenomes que reflectem a sua genealogia, existem muitas famílias com o sobrenome Kohen (ou qualquer número de variações), que nem sequer são judeus. Por outro lado, há muitos judeus Kohen que não têm esse nome como apelido.
Existem inúmeras variações para a grafia do sobrenome Kohen. Estas são frequentemente corrompidas pela tradução ou transliteração nas outras linguas, a convergência com sobrenomes gentios como exemplificado abaixo (não uma lista completa).
em inglês: Cohen, Cahn, Carne, Cohn, Conn, Conway, Cohan, Chaplan(Cohan também é um apelido de origem irlandesa e Conway também é um sobrenome de origem galesa)
em alemão: Kohn, Kuhn, Kuhin, Kuhim, Kahn, con / Coen, Katz (uma abreviatura para hebraico Kohen Zedek(כהן צדק), ou seja, "Kohen justos" ou "justo sacerdote ")
em neerlandês: Cohen, Conklin, Kon, katten(traduzido como "Kohen "), Kain / Kaein
em francês: Cahen, Cohen, Caen
em italiano: Coen, Cohen, Sacerdote(italiano para "padre "), sacerdotes
em espanhol: Coen, Cohen, Koen, Cannoh, canno, Canoh, Cano
em russo: Kogan, Brevda, Kagedan / Kagidan (em hebraico, este nome é escrito "kaf-shin-daled-freira" e é um acrônimo para "Kohanei Shluchei DeShmaya Ninhu, "que é para aramaico", os sacerdotes são mensageiros do céu "). Kazhdan / Kazdan / Kasdan / Kasdin / Kasden são também possíveis variações deste nome.
em sérvio: Koen, Kon, Kojen
em polaco: Kon
em português: Cunha, Cão
em turco: Kohen
em árabe: al-Kohen
em japonês: Kinkaku
Antiga / Moderna hebraico: Kohen, Hakohen, ben-Kohen, bar-Kohen
Outros: Maze (acrónimo demi zerat Aharon,ou seja, "da semente de Arão"), Azoulai (acrónimo deishah zonah ve'challelah lo yikachu,que significa "uma mulher que ele estrangeiro ou divorciados devem não ter; "proibição vinculativa sobre Kohanim), Rappaport, Shapiro, Kahane, Quinn (gaélico ou Inglês), Kohanchi (persa). Predefinição:Carece-fontes
No entanto, por quaisquer meios são todos os judeus com esses apelidos kohanim. Além disso, alguns "Kohen"-tipo sobrenomes são consideradas as mais fortes indicações de estado do que outros. "Cohen" é um dos mais difíceis de comprovar, devido à sua mera uniformização.
Na contemporânea Israel "Moshe Cohen" é o equivalente de "José da Silva" no Brasil - ou seja, proverbialmente o mais comum de nomes.

Fonte: http://www.cohen.org.br/

Sobrenomes Portugueses de Origem Judaica


SOBRENOMES
Portugueses e Origem Judaica


A presença judia na Península Ibérica é de remotíssima memória, já se referindo a ela o Concílio de Orleans, realizado no ano de 538, e o de Toledo, em 633. Por essa época, os judeus ostentavam nomes e sobrenomes hebraicos.


Mais tarde, com a ocupação mulçumana, a antroponímia judia também assimilou essa influência, aparecendo nomes de sonoridade árabe, ao lado dos puramente hebraicos e espanhóis.


Em 1492, os Reis Fernando e Isabel de Castela, conhecidos como Reis Católicos, decretaram a expulsão dos judeus da Espanha. Em razão disso, cerca de cento e vinte mil pessoas foram buscar refúgio em Portugal e, nessa mudança, levaram consigo sobrenomes árabes, hebraicos e espanhóis, além dos nomes de família representados por topônimos.


O crescimento da comunidade judaica em Portugal não agradou aos Reis Católicos, que passaram a exercer pressão política sobre o rei português no sentido de que este também expulsasse os semitas do território lusitano. Em 1496, D. Manuel I decretou a expulsão dos judeus de Portugal, oferecendo, contudo, a oportunidade de permanecerem no país, mediante conversão ao catolicismo.


Essa conversão, através do batismo, exigia nomes cristãos e, via de regra, o converso assumia nome e sobrenome tipicamente portugueses. Muitos mantinham, reservadamente, seus nomes originais, pois grande parte das conversões eram apenas de fachada, preservando a fé na lei mosaica na intimidade da família.


Com o estabelecimento do Tribunal da Inquisição, em 1536, iniciou-se um caçada aos cristão-novos. A bem da verdade, o escopo do Santo Ofício era expungir da sociedade os "infectos de sangue" (árabes, negros, mulatos, judeus, ciganos, etc) e os de conduta reprovável (feiticeiros, adúlteros, sodômicos, etc). Ocorre que o comunidade judia era a de número mais significativo e sempre associada, pelo anti-semitismo popular, à imagem de assassinos de Cristo, passando, portanto, a sofrer maior perseguição.


Nas listas de processados pelo Santo Ofício, por serem judeus ou cristão-novos, encontram-se milhares de nomes e sobrenomes genuinamente portugueses, causando mesmo estranheza que nomes hebraicos raramente sejam mencionados.


Analisando essas listas, nota-se que qualquer sobrenome português poderá ter sido, em algum tempo ou lugar, usado por um judeu ou cristão-novo. Não escaparam ao uso sobrenomes bem cristãos, tais como "dos Santos", "de Jesus", "Santiago", etc. Certos sobrenomes, porém, aparecem com maior freqüência, tais como "Mendes", "Pinheiro", "Cardoso", "Paredes", "Costa", "Pereira", "Henriques", etc. O de maior incidência, no entanto, foi o "Rodrigues."


Alguns documentos ainda mantêm registrados os nome originais dos judeus que, ao serem batizados, assumiram nomes tipicamente portugueses. Eis alguns exemplos:


Nome Original Judeu --> Nome Cristão Português


Abraão ...? --> Gonçalo Dias
Abraão Gatel --> Jerônimo Henriques
Benyamim Beneviste --> Duarte Ramires de Leão
Eliézer Toledano --> Manoel Toledano
Isaac Catalan --> Rafael Dias
Isaac Tunes --> Gabriel Velho
Icer ...? --> Grácia Dias
Luna Abravanel --> Leonor Fernandes
Salomão aben Haim --> Luís Álvares
Salomão Coleiria --> Gonçalo Rodrigues
Salomão Molcho --> Diogo Pires
Samuel Samaia --> Pero Francisco
Santo Fidalgo --> Diogo Pires
...? Arame --> Francisco Martins
...? Cabanas --> Estevam Godinho
...? Cohen --> Luis Mendes Caldeirão
...? Gatel --> Francisco Pires
Costuma-se dizer que os judeus tomavam como sobrenomes nomes de árvores e animais. Mas, a bem da verdade, esses sobrenomes já apareciam na antroponímia portuguesa desde que se tornou usual a adoção de um nome de família, não sendo, portanto, de ocorrência exclusiva entre os hebreus.


O Brasil Colonial recebeu um grande contigente de imigrantes portugueses. Estima-se que durante o ciclo do ouro cerca de 800 mil pessoas fixaram-se em nosso país. Entre esses adventícios, certamente, vieram os cristãos-novos. Nas listas dos Autos-de-fé da Inquisição, mencionam-se centenas de processados nascidos no Brasil ou aqui radicados. Contudo, identificar algum deles em pesquisas genealógicas não constitui tarefa fácil.


Muitos judeus modernos, descendentes dos expulsos da Espanha e Portugal, que hoje vivem principalmente na Holanda, Itália, E.U.A. e Israel, preservam seus sobrenomes portugueses, às vezes com grafia já deturpada.


Em resumo, em termos genealógicos, a incidência de determinado sobrenome português, que tenha sido de freqüente uso entre judeus, por si só não autoriza dizer que determinada família seja de origem judaica ou cristã-nova. Por outro lado, nem os sobrenomes tipicamente cristãos garantem que a família seja, usando a terminologia da época, cristã-velha.


Fonte: http://www.saudades.org/portugueorigem.html

Rubens Rodrigues Camara rrcamara@task.com.br
Homepage: http://www.geocities.com/Heartland/1074

KABBALAH TV