Tsedacá caridade ou justiça?



A caridade dada a um pobre salva sua vida ou, pelo menos lhe permite viver por um determinado período. Por isto a Tsedacá tem a qualidade de "salvar vida"

Nas Grandes Festas, quando comparecemos perante D'us para o julgamento de nossas ações, lembramos que por pior que seja o nosso rol, sempre é possível evitar a má sorte através de Teshuvá, Tefilá e Tsedacá - arrependimento, prece e caridade.

O arrependimento sincero das falhas cometidas no passado deve incluir a firme resolução de fazer apenas boas ações no futuro.

A prece é o meio de comunhão com D'us e nossas três orações diárias - de manhã, à tarde e à noite - estão contidas no Sidur.

Analisemos mais detalhadamente a caridade.

Nossos sábios falam freqüentemente de Tsedacá como uma grande mitsvá que pode até mesmo salvar da morte certa. A razão pela qual a Tsedacá é tão importante reside no fato de que ela representa o esforço "total" por parte do doador. Isto quer dizer que, enquanto as outras mitsvot são cumpridas com uma determinada parte do corpo - por exemplo: Tefilin são colocados no braço e na cabeça; o estudo da Torá requer concentração mental, etc. - Tsedacá é uma contribuição feita de corpo inteiro, pois requer o envolvimento total do indivíduo, tanto físico como mental pelo trabalho que leva a ganhar dinheiro. Qualquer quinhão da quantia ganha doada para caridade é parte deste esforço "total". Além disto, a caridade dada a um pobre salva sua vida ou, pelo menos lhe permite viver por um determinado período. Por isto a Tsedacá tem a qualidade de "salvar vida".

A palavra Tsedacá em hebraico significa na realidade "um ato de justiça". Dar Tsedacá é algo que devemos fazer, não como um ato de bondade, mas como um dever e obrigação, tal como pagar uma dívida.

Traduzimos Tsedacá como "caridade" somente porque é difícil achar em português uma palavra que traduza o seu verdadeiro sentido. Pois, do ponto de vista judaico, Tsedacá é diferente de caridade. Em geral, as pessoas pensam, que ao doar algo a um pobre ou a uma instituição de caridade, dão algo que lhes pertence integralmente e, portanto, fa-zem um ato de bondade para o qual merecem agradecimento. Mas a palavra Tsedacá em hebraico significa na realidade "um ato de justiça". Dar Tsedacá é algo que devemos fazer, não como um ato de bondade, mas como um dever e obrigação, tal como pagar uma dívida.

Nós acreditamos em D'us - não somente por ter Ele criado o mundo, mas também porque Ele conduz e determina tudo: os destinos individuais dos homens, dos animais, da plantas e até a última partícula de areia da praia. Tudo que temos é dado por D'us, pois tudo é d'Ele.

Quando doamos algo a um necessitado, não damos algo que nos pertence, mas sim algo que é de D'us; somos os "agentes" d'Ele. Portanto, não se trata de um ato de graça devido à nossa bondade, mas de um dever e de uma dívida. É como se alguém nos desse uma soma em dinheiro, dizendo: "Tome uma parte para você e distribua o resto entre os pobres."

Desfazer-se do dinheiro é como se fora um teste. E, embora sejamos tentados a repartir o menos possível, D'us nos recompensa generosamente ao darmos Tsedacá "da Sua conta" e por isso, a Tsedacá é um ótimo investimento, sob qualquer ponto de vista.

Quanto devo dar?

Temos algo mais a dizer sobre esta grande mitsvá. A questão é: quanto devemos dar como Tsedacá?

Qualquer mitsvá tem suas regras quanto ao tamanho e quantidade. Por exemplo, Tsitsit devem ter quatro fios dobrados perfazendo oito em cada um dos quatro cantos e a própria veste deve ter um certo tamanho; da mesma forma, os Tefilin devem ter certas dimensões; a Sucá tem as suas medidas estabelecidas e assim por diante. A Tsedacá também tem seus regulamentos. De acordo com a Lei da Torá, devemos dar pelo menos um décimo dos nossos ganhos para Tsedacá. Se acharmos que devemos dar mais, podemos dar até o dobro dessa quantia.

O primeiro Rebe de Chabad, Rabi Shneur Zalman de Liadi, disse que se queremos dar mais que um quinto dos nosso ganhos para Tsedacá, podemos "quebrar" essa Lei sem entrar em nenhum problema; pelo contrário, só nos trará benefícios. Se uma pessoa pode dizer com toda certeza que nunca transgrediu nenhuma lei da Torá e conduz sua vida estritamente de acordo com o Código da Lei Judaica, pode seguir estritamente também a lei da Tsedacá no valor de dez a vinte por cento dos seus ganhos. Mas quem pode fazer honestamente esta afirmação? Certamente bem poucos. É portanto aconselhável para a maior parte das pessoas não levar em consideração o limite de 20% e doar mais do que isso.

Doar Tsedacá acima da quantia limite, certamente colocará a pessoa em uma situação melhor, principalmente quando quiser reparar algum ato errado que porventura tenha cometido. Além do mais, diz este sábio, quando oramos, não pedimos a D'us que nos dê as coisas apenas em medida restrita e exata; rezamos por Sua bondade e misericórdia que são infinitas e incomensuráveis. Rezamos a D'us para que seja bondoso e generoso, mesmo quando não o merecemos. De qualquer modo, D'us não nos deve absolutamente nada e, no entanto, nos dá com generosidade o tempo todo. Assim, o mínimo que podemos fazer é agir da mesma maneira para com os outros que necessitam de ajuda.

É especialmente importante lembrar disto durante o período dos Dez Dias de Arrependimento, em particular nos Dias de Julgamento de Rosh Hashaná e Yom Kipur, quando as boas ações e as falhas são colocadas na balança da Justiça. Se o julgamento Divino fosse conduzido estritamente de acordo com as anotações, quem poderia ter certeza sobre o veredito? Não queremos arriscar al-go assim. Antes, oramos a D'us para que Ele deixe de lado as balanças e os pesos e pedimos que nos dê vida, boa saúde e todas as coisas boas sem medida. Seria, portanto, conveniente também agir dessa mesma maneira - esquecer as medidas de Tsedacá e dar mais do que a lei exige.

Os sábios dizem, que não importa qual seja o motivo, é sempre bom dar Tsedacá, pois, antes de tudo, o pobre deve ser alimentado e vestido e as instruções da Torá devem ser mantidas. Portanto, mesmo que alguém queira dar Tsedacá porque quer se destacar na comunidade, se tornar rico, porque há doença na família ou porque não suporta ver alguém necessitada - ainda é uma mitsvá.

A forma mais elevada de Tsedacá é a contribuição anônima, na qual aquele que se beneficia desconhece o doador e nem mesmo sabe a quem agradecer, a não ser a D'us.

A forma mais elevada de doar Tsedacá, todavia, é aquela que é dada porque D'us nos mandou dar, sem pensar em nenhum proveito pessoal. Por isto, a forma mais elevada de Tsedacá é a contribuição anônima, na qual aquele que se beneficia desconhece o doador e nem mesmo sabe a quem agradecer, a não ser a D'us.

Mas não somente o rico é obrigado a dar Tsedacá. A Lei aplica-se igualmente a todos, rico ou pobre. Mesmo um pedinte que vive de Tsedacá deve também dar Tsedacá. Até um jovem que recebe mesada de seu pai deve doar uma parte como Tsedacá.

Convém lembrar que Tsedacá não é necessariamente uma contribuição em dinheiro. A ajuda prestada pode ser de muitas outras maneiras: dedicar parte do esforço ou tempo; animar com uma palavra de encorajamento. Acima de tudo, há a Tsedacá de ajuda espiritual. Há homens ricos, não em dinheiro, mas em conhecimento. Quando uma pessoa que conhece mais Torá ensina alguém de menor conhecimento, está repartindo Tsedacá espiritual, que talvez seja uma mitsvá maior que a ajuda financeira. Neste campo também há várias possibilidades, especialmente para os estudantes de Yeshivá que podem praticar Tsedacá com jovens de sua idade - "pobres" em conhecimento de Torá.

Embora a Tsedacá seja tão importante e possa até salvar vidas, não devemos pensar erroneamente que somente com Tsedacá cumprimos todas as obrigações e deveres de um judeu.

Tsedacá é apenas uma das "pernas do tripé" sobre a qual se apoia o mundo, como afirmam os sábios: "O mundo se apoia sobre três pilares, a Torá, o serviço Divino (i.e., as preces) e a prática da bondade amorosa (da qual faz parte a Tsedacá)."


A Tsedacá torna o indivíduo um bom homem e parcialmente um bom judeu. Para ser um bom judeu na íntegra, é necessário possuir as outras duas bases também - ter participação na Torá através de seu estudo e do apoio estendido às instituições onde a Torá é estudada; além de servir a D'us através das orações e do cumprimento dos preceitos religiosos.

Um investimento lucrativo (Tsedacá)



"Abra a sua mão" – (patuach tiftach et yadechá), "seja caloroso e generoso com seus irmãos".

O adágio popular diz: "A carga que um camelo suporta depende de sua força". D’us espera que a pessoa doe tsedacá proporcionalmente à abundância com que foi abençoada.

Um judeu nunca deve se perguntar se deve ajudar ou não, somente para quem e como oferecer ajuda, porque o ajudante definitivo dos pobres e ricos é o próprio D’us.

A Torá dirige-se a dois tipos de pessoas. Àquele que não consegue decidir se vai ou não doar, D’us diz: "Não endurecerás o seu coração". 

E, para alguém que deseja dar, mas no último instante volta atrás, D’us diz: " Não fecharás sua mão".

O versículo conclui com um aviso implícito para aquele que se mantém insensível: "O indivíduo diante de você é ‘seu irmão necessitado’. Se você rejeitar sua solicitação, você é aquele que poderá acabar se tornando seu ‘irmão’ na pobreza". 

Maimônides, o Rambam, escreve: "Nunca houve dez judeus que morassem no mesmo local e não estabelecessem um fundo de tsedacá.

"Nós, o povo judeu, precisamos garantir o cumprimento da mitsvá de tsedacá de maneira elevada, pois ela nos caracteriza como a virtuosa e bondosa semente de Avraham, sobre quem D’us declarou: ‘Pois Sei que ele ordenará seus filhos e descendentes depois dele a fazer tsedacá.’"

Ouro, prata e cobre

Há três tipos de caridade (tsedacá), que podem ser comparados ao ouro, prata e ao cobre. A caridade que a pessoa dá quando ela e sua família são ricas e as coisas vão bem é comparada ao ouro. Este tipo de caridade tem o mais poderoso efeito no Céu, comparável a um presente a um imperador. Apesar de ser dada sem nenhuma razão em especial, protege o doador de futuras eventualidades. Ze Hanoten Bari (Aquele que dá quando tem saúde), formando Zahav (ouro, em hebraico). 

Há, então, um segundo tipo de caridade, a caridade que a pessoa dá quando adoece. É menos efetiva, uma vez que é dada num momento de necessidade; sendo, portanto, comparada à prata. 
Se a pessoa adia a doação de caridade até que esteja gravemente doente (e, metaforicamente, está com a corda no pescoço, prestes a ser executado), o valor de sua caridade é reduzido a cobre.

- Hoje, não mais possuímos o mizbêach, o altar do Templo Sagrado, a mesa para trazer bênção sobre nosso alimento. Em seu lugar, a mesa na casa de cada um é sua fonte de bênção. Afortunado é o homem em cuja mesa encontram-se duas coisas: palavras de Torá e uma porção para o pobre.

Se uma pessoa conduz sua mesa dessa maneira, dois anjos aparecem ao final da refeição. Um exclama: "'Esta é a mesa posta perante D'us'. Que possa sempre desfrutar das bênçãos Celestiais!" O segundo anjo repete suas palavras e conclui: "Que possa esta mesa ser posta perante D'us neste mundo e no mundo futuro!"

Quanto agradecimento e louvor uma pessoa deve ao Criador, por possibilitar-lhe estar entre os que dão tsedacá a outros! A pessoa deve perceber, contudo, que todo o dinheiro que controla, em realidade, não é "seu", mas do Criador. Se D’us confiou-lhe riqueza, é para testar se dará tsedacá com generosidade, e com as intenções apropriadas. 

Três atos têm o poder de abolir os decretos dos céus: 

1. Arrependimento (teshuvá) 
2. Dar tsedacá
3. Orações (tefilá) 

Uma pessoa não deve abster-se de dar caridade, sob qualquer circunstância. Sua caridade a precederá (no Mundo Vindouro), e lhe garantirá boa saúde e um bom nome.

A Tsedacá possui o poder de salvar e o de prolongar a vida de uma pessoa. 
Um investimento sem dúvida lucrativo a curto, médio e longo prazo…

D'us e o Facebook Podem Ser Amigos?


 
Eis aqui algo para se pensar: a tecnologia ajudou ou atrapalhou o comprometimento religioso?

Ciência e religião há muito têm tido um relacionamento tumultuado. No Século 16 as descobertas de Copérnico e Galileu deram um arrepio na espinha dos religiosos, e a ciência ameaçava substituir D'us pela razão. Mas a religião não foi deixada de lado. Na verdade, as descobertas científicas com frequência mostram o brilhante projeto de D'us para o universo.Vamos correr até o Século 21.

A essa altura a ciência tem desvendado impressionantes desenvolvimentos que alteraram radicalmente as nossas vidas, e o progresso continua a toda velocidade. Os cientistas dizem que nos anos 1990-2000 houve mais avanços científicos que em toda a história combinada! Aqui surge a pergunta contemporânea: A tecnologia e a religião podem trabalhar em uníssono?

Por um lado, a alta tecnologia parece na malhor das hipóterses uma distração para aqueles que buscam o espiritual. Na pior, desvenda todo um mundo novo de tentação. Um judeu tem algo de significativo a ganhar de uma página de Facebook, o iPad com 3G, ou um smartphone BlackBerry? Por mais vital que a comunicação instantânea possa ser, ela realmente torna o mundo um lugar melhor?

O Zohar, escrito há quase dois mil anos, tem algo surpreendente a dizer sobre o valor da tecnologia. Segundo o Zohar, o desenvolvimento da tecnologia leva ao crescimento espiritual sendo na verdade um prelúdio para a vinda de Mashiach. O Zohar vê esta previsão na descrição vívida da Torá sobre o dilúvio de Nôach: “No ano 600 da vida de Nôach… todas as fontes da grande profundeza irromperam, e as janelas do céu se abriram.”1

A água jorrou dos céus e brotou da terra através de fontes naturais. Espelhando essa descrição, o Zohar prevê um futuro dilúvio – apenas este dilúvio seria um derramar de sabedoria. (A água é um símbolo cabalístico para sabedoria). Cada parte do futuro dilúvio está previsto na Torá:

“No ano 600 da vida de Nôach…” – Os seiscentos anos da vida de Nôach aludem ao sexto milênio da existência do mundo, mais especificamente o ano seiscentos do sexto milênio. Transposto para o Calendário Gregoriano, é a metade do Século 19, mais especificamente o ano 1840 EC.

“As fontes da grande profundeza irrompem…” – Isto, diz o Zohar, é uma alusão ao desenvolvimento científico que vai emergir da engenhosidade humana e vai inudar a terra no sexto milênio.

“E as janelas do céu se abriram.” – Os céus também brotarão com sabedoria esotérica e mística, uma referência ao profundo entendimento da Torá, a Cabalá.

O Zohar conclui: Tanto a sabedoria elevada como a inferior virão para preparar o mundo para o sétimo milênio, a Era Messiânica, quando “o mundo estará repleto com o conhecimento de D'us como as águas cobrem o leito do oceano.”2

Mil e quinhentos anos após serem escritas, as previsões do Zohar começaram a se desenrolar. Como um prelúdio desta mudança cósmica, passaremos a conhecer alguns empolgantes avanços.

O ano 1820 marcou o surgimento da Revolução Industrial, também conhecida como Revolução Tecnológica. Os avanços tecnológicos começam a surgir num movimento espiral ascendente. Estradas de ferro, eletricidade, telefone, e por fim automóvel e avião mudaram a vida como a conhecíamos.

O início do século 19 também assinalou uma reviravolta maciça na sociedade judaica. Um século antes o Baal Shem Tov tinha catalisado a Revolução Chassídica, e por volta de 1800, os ensinamentos mais profundos da Torá, conhecidos como Cabalá e Chassidismo, começaram a ser largamente estudados e disseminados. Os rituais judaicos que tinham sido entendidos de maneira mecânica por milênios agora eram ensinados com profundidade e amplitude inteiramente novas, vistos através da lentes do misticismo judaico. Os segredos do universo que antes eram exclusividade para os místicos começaram a saturar a sociedade judaica na Europa e em outros locais.

Duas escolas de sabedoria tinha surgido poderosamente. Assim como o Zohar tinha previsto, a metade do sexto milênio trouxe um diluvio torrencial de conhecimento.

O Zohar previu que tanto o conhecimento elevado como o inferior viriam como um prelúdio da Era Messiânica. Na verdade, há um antigo costume de provar a comida do Shabat na sexta-feira. Da mesma forma, D'us está nos dando um sabor da sabedoria abundante que estará disponível no sétimo milênio, a época de Mashiach, um pouco mais cedo, no sexto milênio.

Mas como a Revolução Tecnológica é parte de um prelúdio ao profundo conhecimento de D'us que estará disponível nos tempos de Mashiach? Como a tecnologia reforça uma realidade centrada em D'us? Como as “águas” superiores e inferiores trabalham em uníssono?

Talvez você não perceba que acaba de se juntar à maior congregação virtual judaica do mundo.

Bem vindo ao ao nosso site que você agora está visitando. Talvez você não perceba que acaba de se juntar à maior congregação virtual judaica do mundo. Com milhões de visitantes por mês e milhares de artigos de Torá, a tecnologia permitiu que a esfera de influência da Torá se expandisse em proporções gigantes.

Por muitos anos agora, transmissões ao vivo de rádio e televisão e a internet têm sido usadas para divulgar os ensinamentos da Torá e Chassidismo. Eles atingem pessoas que de outra forma não teriam acesso ou interesse no estudo de Torá. A tecnologia é como uma tela que avança em 3D criando uma rede enorme de influência sempre em expansão para saturar o mundo com a vibraçã judaica; no celular, ipad, em todas as formas e formatos possíveis sempre sendo redesenhados, ganhando sempre mais velocidade e feacil acesso.

Além disso, a tecnologia nos ensina sobre D'us de maneira mais palpável do que poderíamos ter conhecido a partir de um texto filosófico.

Os livros dizem que D'us tem “um olho que vê e um ouvido que escuta.”3 Ele é onipresente, observando a todos ao mesmo tempo. Há cem anos aceitávamos a palavra dos livros para isso, mas com o Google Earth, de repente não está mais tão longe de procurar.

Os livros dizem que D'us dá vitalidade contínua às Suas criações. Cem anos atrás acreditávamos nisto. Agora entendemos isto. Se uma usina elétrica energiza milhões de aparelhos elétricos com uma corrente consistente passando através de cada aparelho, então o processo criativo de D'us se torna mais compreensível.

É claro, D'us não pode dublar Sua criação. Portanto em vez de tornar óbvio que a principal função da tecnologia é espalhar o conhecimento de D'us, Ele lhe deu uma fachada humana. Para manter o equilíbrio entre bem e mal no mundo, D'us também deu às forças do mal a oportunidade de colocar seu dedo negro na torta da tecnologia – daí a Internet, “crackberries”, (pessoas viciadas em seus BlackBerrys), e muita imoralidade para esconder a verdadeira natureza do nosso diluvio tecnológico.

A Cabalá, no entanto, é inequívoca em sua declaração de que a tecnologia não apenas é boa, mas espetacular. Para isto é só selecionar, filtrar e transformar o mundo para o bem. E a favor dele.

Por Rochel Holzkenner.

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Notas:
1 – Bereshit 7:11
2 – Isaiah 11:19
3 – Ética dos Pais 
4 – Baseado numa palestra do Rebe, registrada em Licutei Sichot vol. 15.

Rabino defende poligamia em Israel



Há mais de mil anos a poligamia é proibida pelo judaísmo. Mas, agora, um pequeno grupo em Israel luta para que o antigo hábito praticado pelos patriarcas volte a ser aplicado legalmente. Há muitos opositores à ideia.

A organização Família Judaica Completa pretende fazer, em Israel, uma campanha dos supostos benefícios sociais dos casamentos múltiplos e garante que não há nenhuma lei judia em vigor que os proíba expressamente.

A poligamia, argumentam seus defensores, é a única solução para as jovens judias que enfrentam uma “enorme escassez de candidatos a marido, especialmente entre o público ultraortodoxo”.
“Se você perguntar aos casamenteiros que organizam 90% dos casamentos no mundo ultraortodoxo, eles responderão que, para cada 2,5 mil mulheres livres, há apenas 600 homens solteiros. Há muitas mulheres condenadas ao celibato”, afirma o rabino Yechezkel Sofer, morador de Tel Aviv e promotor da iniciativa.

Proibição

A proibição da poligamia no judaísmo, explica, foi ditada pelo rabino Gershon, na Alemanha, no século passado, que erradicou a prática entre os judeus asquenazes (da Europa central e oriental), mas não entre os sefardis (que se instalaram em países árabes após ser expulsos da Espanha).

Na Pérsia, Iêmen, Curdistão e, de forma mais limitada, no Marrocos, os judeus durante gerações se casaram com várias mulheres, segundo Sofer. Ele considera que a proibição de Gershon “tinha uma limitação temporária e espacial: estava restrita à região onde habitava e ao quinto milênio, por isso terminou já faz 760 anos”.

“A proibição está suspensa e nós temos que nos reger pelos costumes de nossos antepassados”, diz, enquanto lembra que os pais fundadores do povo judeu tiveram várias esposas (Abraão, duas, e Jacob, quatro) “para ampliar a família e porque a mulher tem um papel importante e sua defesa do homem é o que dá estabilidade e segurança à família.”

Para ele, todos os grandes rabinos dos últimos séculos, inclusive o Gaon de Vilnius, estavam a favor da multiplicidade de mulheres e Maimônides (de Córdoba) permitiu até 100 esposas.

Oposição

A opinião de Sofer difere muito da de outros religiosos. O rabino Jacob Bezalel, assessor do rabino chefe sefardi Shlomo Amar, considera a campanha da Família Judaica Completa “uma perversão do judaísmo motivada unicamente pela luxúria carnal”, afirmou ele ao jornal Jerusalem Post.  “Trata-se de uma distorção e uma loucura. Nenhum rabino pode permitir algo assim, é uma vilania”, afirma Bezalel.

Sofer rebate o argumento de Jacob Bezalel, dizendo que há dezenas de casos de poligamia judaica em Israel, mas admite a dificuldade de precisar quantos, porque “muitas pessoas fazem (a poligamia) às escondidas.”


Onde estão os profetas?

Profeta é um indivíduo que recebe uma mensagem de D’us para transmitir ao povo. Maimônides relaciona a profecia como um dos 13 alicerces da fé judaica que "D’us Se comunica com a humanidade por meio da profecia."

Mas o que há de tão especial nestas mensagens?

O propósito das mensagens comunicadas a profetas não é para revelar o propósito da existência ou legislar as leis da vida. Está contido na Torá e suas 613 mitsvot (preceitos), que D’us comunicou a todos nós, juntos no Monte Sinai. Quando D’us passou a mensagem com a revelação no Sinai, Ele refreou-Se e deixou-a para que nós a estudássemos e a explicássemos. O Talmud relata um caso no qual Sábios de Torá estavam debatendo um ponto na Lei da Torá e uma voz celestial pronunciou-se em apoio da opinião da minoria; os Sábios não se impressionaram, e silenciaram a voz citando a declaração da Torá sobre si mesma: "ela não está no céu" (Devarim 30:12).

O objetivo da profecia é fazer correções de curso na direção da sociedade judaica, ou na direção da sociedade em geral. Às vezes um profeta vem para predizer o futuro, quando D’us considera necessário que saibamos o que está para vir para nos encorajar em nossa missão na vida. Outras vezes é para nos lembrar que estamos aquém daquilo que Ele espera de nós, e nos advertir das sombrias conseqüências que isso trará se não melhorarmos. Algumas vezes, D’us usou um profeta para transmitir mensagens pessoais a um indivíduo (especialmente para alguém importante, cujas ações poderiam ter um efeito em grande escala, como um rei). 

Um profeta pode também transmitir uma instrução específica que não esteja contida na Torá como uma ordem "somente uma vez" vinda do Alto; nestes casos, deve-se seguir aquela instrução mesmo que seja contrária a uma ordem universal da Torá. Uma profecia, no entanto, jamais conterá uma nova mitsvá nem a anulação de uma mitsvá; um profeta alegando tal comunicação por parte de D’us prova que é um falso profeta.

Assim, Yeshayáhu foi enviado para descrever a era messiânica que é a culminação e recompensa de nossos esforços. Yirmiyáhu previu a destruição do Templo Sagrado. Yoná foi enviado a Nínive para advertir seus habitantes de que a cidade seria destruída a menos que eles se arrependessem de seus atos perversos. Shmuel levou a mensagem de D’us ao Rei Shaul para empreender guerra contra Amalek, ao passo que Eliyahu foi enviado para conduzir o famoso desafio dos dois novilhos no Monte Carmel (embora isso violasse temporariamente a proibição da Torá contra oferecer sacrifícios fora do Templo Sagrado). Porém nenhum profeta jamais disse qualquer coisa que fosse produto de sua própria mente. Eles falaram e agiram somente a mandado de D’us.

Como alguém se torna um profeta?

Primeiro, a pessoa tem de se fazer merecedora. Maimônides relaciona os seguintes critérios: é preciso ser sábio, com a mente lúcida e clara; de caráter impecável, e totalmente em controle dos próprios desejos e paixões; ter uma constituição calma e alegre; e abominar a materialidade e as frivolidades da vida, devotando-se inteiramente a conhecer e servir a D’us.

Tudo isso, no entanto, não faz surgir a profecia – apenas torna alguém um recipiente, digno de recebê-la. A verdadeira recepção da profecia vem do Alto, por escolha Divina. Embora "escolas de profecia" no antigo Israel treinassem aspirantes a profetas para que se tornassem receptivos à profecia, através de extensa meditação e estilo de vida rigorosamente espiritual, o aluno-profeta não podia fazer com que a profecia chegasse até ele por meio de ações específicas. Assim como a percepção extra sensorial ou poderes psíquicos, a profecia poderia manifestar-se subitamente, sem quaisquer sinais de aviso ou preparação por parte do profeta. O que ocorria era que D’us selecionava uma pessoa através da qual falar – e não da outra forma.

Como os profetas são verificados?

Em primeiro lugar, a pessoa deve ser conhecida como alguém que possui os atributos acima descritos. Então, se alguém deste calibre anuncia que recebeu uma profecia, presume-se que está dizendo a verdade. Porém o supremo teste é a precisão de suas profecias: se aquilo que disse que aconteceria realmente acontece, sabemos que é um profeta; caso contrário, sabemos que não é.

(Isso, no entanto, aplica-se somente à previsão de um evento positivo, pois uma vez que uma promessa Divina de algo bom é comunicada através de um profeta, jamais há uma retratação: no entanto, se o profeta adverte, em nome de D’us, que uma calamidade está destinada a acontecer e isso não ocorre, esta não desmente sua profecia, pois um decreto para o mal pode ser removido por meio de prece e arrependimento. Evidentemente, simplesmente predizer o futuro sem possuir as características de um profeta não faz de ninguém um profeta.

Como é experimentar a profecia?

Como a transmissão de um sinal de muitos megawatts a um instrumento de baixa voltagem, a profecia muitas vezes sobrecarrega o equipamento mental do receptor. A profecia freqüentemente provoca desmaio, insanidade temporária, espasmos musculares involuntários e tremores. Alguns profetas conseguiam receber o sinal durante o sono, tendo sonhos extremamente enigmáticos, como um quebra-cabeças, que eles decifravam ao acordar. Os profetas não tinham as conversas mentais ou verbais com D’us como se vê nos filmes de Hollywood. A única exceção foi Moshê, que falou com D’us "como um homem conversando com seu amigo" (Shemot 33:11).

Quais são as regras básicas da profecia?

Dos 613 mandamentos da Torá, alguns se referem à profecia. Estes incluem:

1 – Obedecer às instruções do profeta.

2 – Não duvidar ou testar as promessas ou advertências Divinas transmitidas pelos profetas.
E para o profeta:

3 – Cumprir pessoalmente as instruções de D’us (i.e., "pratique aquilo que prega").

4 – Não suprimir uma profecia que recebeu (como Yoná tentou).

5 – Não profetizar em nome de outros deuses (mesmo se o conteúdo for verdadeiro).

Quem foram os profetas?

Houve milhares de profetas na história judaica (conhecemos também pelo menos um profeta não-judeu, Balaam). A esmagadora maioria, porém, transmitiu mensagens específicas ao tempo e circunstâncias em que foram enviados para transmitir. Suas profecias, portanto, não foram registradas para a posteridade, e até seus nomes são desconhecidos para nós. Muitos desses profetas eram cidadãos comuns – estudantes, artesãos, fazendeiros – que, em virtude de sua integridade e elevada sensibilidade ao espiritual, foram selecionados por D’us para receber uma profecia. Muitas vezes eles não sabiam o que os atingira, somente mais tarde perceberam que tinham recebido uma profecia. Alguns, como Yoná, sabiam o que era, mas tentavam fugir dela (uma proibição da Torá, como foi dito acima).

O Talmud relaciona 55 profetas "históricos" cujas profecias foram registradas no Tanach porque contêm uma mensagem relevante a todas as gerações. A maioria desses era figuras públicas que profetizavam com freqüência e se tornaram líderes de seu povo por toda a vida. Neles estão incluídos os 15 profetas cujas palavras foram registradas em livros individuais que levam seus nomes: Yeshayáhu, Yirmiyáhu, Ezekiel e doze outros de menor importância, incluindo Amos, Hosea, Nahun e mais alguns. Os outros 40, que podem ou não ter profetizado em tempo integral, são mencionados em vários locais do Tanach, como Nathan (os Livros de Samuel) e Ido (Crônicas). Além desses houve um número não exato de experiências proféticas sem registro por escrito. O Rei Shaul fez algumas profecias durante algum tempo, mas não se sabe o que foi dito a ele.

A profecia parece ter sido em grande parte uma experiência masculina – 48 dos 55 profetas "históricos" foram homens, embora não possamos saber se isso reflete a proporção geral profetas/profetisas. As sete profetisas mais importantes são: Sara (mulher de Avraham, mãe de todos os judeus; incidentalmente, D’us disse a Avraham que "ela é superior a ti em profecia"), Miriam (irmã de Moshê), Devora (a única mulher entre os "Juízes"), Chana (mãe de Samuel), Avigayil, Chuldá e Esther (famosa por causa de Purim).

Existe profecia atualmente?

A era da profecia oficialmente chegou ao fim há 23 séculos. A última geração de profetas foi aquela que começou a profetizar antes da destruição do Primeiro Templo Sagrado, em 423 AEC, embora alguns daquela geração sobrevivessem ao exílio de 70 anos na Babilônia e vivessem para ver a construção do Segundo Templo. O mais famoso, Ezekiel, profetizou na Babilônia, e três profetas, Chaggai, Zacharia e Malachi, foram membros da "Grande Assembléia" que liderou o povo durante os primeiros anos do retorno da Babilônia. Mordechai e Esther também foram membros da geração que pranteou a destruição do Primeiro Templo e testemunhou a construção do segundo. Com o desaparecimento daquela geração, "a profecia deixou Israel".

Apesar disso, o princípio de que "D’us se comunica com a humanidade por intermédio da profecia" permanece uma fundação da fé judaica. Uma forma menor de profecia, conhecida como ruach hacôdesh (inspiração Divina), permanece privilégio dos tsadikim, os homens e mulheres justos de todas as gerações. 

Segundo a tradição, um dos maiores profetas, Eliyahu, nunca morreu, e introduzirá a vinda de Mashiach. O próprio Mashiach é um profeta ("aproximando a profecia de Moshê", segundo Maimônides), e na Era Messiânica, a profecia se tornará um fenômeno universal – nas palavras do Profeta Yoel: "E acontecerá depois que Eu derramarei Meu espírito sobre toda a carne, e seus filhos e filhas profetizarão; seus anciãos terão sonhos, seus jovens terão visões." 

E numa carta aos judeus do Iêmen, Maimônides relata uma antiga tradição de que "pouco antes da Era Messiânica, a profecia retornará ao povo judeu."

Lashon Hará



Rabi Shimon, filho de Rabban Gamliel, declarou: "Toda minha vida, cresci entre os Sábios, e jamais encontrei algo melhor para uma pessoa que o silêncio" (Ética dos Pais 1:17).

Isso é interessante. Todos nós já ouvimos sugestões semelhantes, certo? "Se você não tem nada de bom para dizer, então fique calado." Este é um clássico.

Mas o aforismo de Rabi Shimon é mais profundo que os clichês. Afinal, ele alegou que não há nada melhor que o silêncio – nada mesmo. E para enfatizar o valor do silêncio, ele prossegue dizendo que "a explicação não é básica, mas a ação, e todos que multiplicam as palavras produzem o pecado."

O que ele quis dizer com isso? Que nunca devemos elogiar uma pessoa? Jamais dizer uma bênção? Se Rabi Shimon não está se referindo a todos os tipos de palavras, a que tipo se referia? Precisamos de uma máxima inteligente para nos proibir de amaldiçoar?

Maimônides, em seu comentário sobre Pirkê Avot (Ética dos Pais) levanta três questões. Ele explica que existem cinco categorias de discurso:

Discurso associado a uma mitsvá (mandamento).
Discurso que devemos ter o cuidado de evitar.
Discurso que é repulsivo ou degrada.
Discurso que expressa amor.
Discurso que é permitido.

Maimônides explica então o que quer dizer. O discurso associado a uma mitsvá inclui estudar a Torá em voz alta. Este tipo de conversa é exigido, na verdade; devemos dizer palavras de Torá e prece. A primeira categoria Maimônides classifica como um mandamento positivo obrigatório.
O discurso que precisamos ter o cuidado de evitar inclui o falso testemunho, mentir, mexericar e praguejar. A Torá nos proíbe o envolvimento com este tipo de discurso, advertindo-nos a nos guardar contra ele e contra outros tipos de conversa inconveniente, incluindo lashon hará (lashon hará, literalmente, linguagem do mal, é qualquer discurso que ofenda outra pessoa, mesmo que as declarações sejam verdadeiras).

Claramente, Rabi Shimon ben Gamliel não pode estar se referindo a estas duas categorias, pois uma é um mandamento positivo e a outra é uma proibição. Não precisamos de um aforismo para nos dizer o que já sabemos que é uma mitsvá.
O discurso que é repulsivo ou degrada inclui tagarelice, conversa que não tem utilidade, e não beneficia uma pessoa, espiritual ou materialmente. Não há uma proibição inequívoca contra este tipo de discurso, pois ele não envolve amaldiçoar ou mentir, etc. Mas ele não tem qualquer valor. Um pouco diferente da fofoca ou mexerico, pois não espalha boatos ou destrói reputações, a tagarelice comum é inútil e irrelevante, como muito daquilo que passa por novidade. Esta conversa vã, desperdiçada, também inclui elogios negativos e cumprimentos ambíguos. 

O discurso que expressa amor ou afeição inclui elogiar o positivo e criticar sabiamente o negativo. Histórias e canções que elevam a alma, inspiram pessoas a melhorar ou inculcam bons hábitos fazem parte dessa categoria, assim como aquelas que mostram como são repulsivos os maus hábitos e fazem as pessoas desejar evitá-los.

Como os dois primeiros, o comentário de Rabi Shimon Gamliel não se aplica a esses. Se falássemos continuamente, o dia inteiro, e nosso discurso pertencesse às categorias um e quatro – palavras de Torá e mitsvot e conversação que inspira – isso seria ótimo. É óbvio que não devemos falar falsidades ou ofender os outros com nossas palavras, assim como também é óbvio que tagarelice e "novidades" são uma perda de tempo e fôlego. Isso nos leva à última categoria: O discurso permitido inclui a conversação que envolve de negócios, família, saúde e atividades cotidianas necessárias, como comer e beber. Não há nada de inerentemente positivo ou negativo neste tipo de conversa. Falar ou não falar, fica a critério da pessoa.

E sobre este tipo de conversa, nos diz Rabi Shimon ben Gamliel, o melhor é o silêncio, pois se você tem de falar, assegure-se de que suas palavras combinam com suas ações – e seja breve

"Se você não tem nada de bom para dizer, então fique calado."

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Nas longas tardes de Shabat no verão (leva-se em conta a estação vigente em Israel), costuma-se estudar Pirkê Avot. Estes ensinamentos elevam a alma, refinando o caráter da pessoa e seus atributos emocionais.

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A cabeça ou a cauda


Narrado pelos Mestres Chassídicos – Compilado por Yanki tauber

Certa vez, uma serpente rastejava contorcendo-se toda, quando a cauda de repente voltou-se contra a cabeça e disse, furiosa: "Olha aqui, estou cansada de sempre seguir-te para onde quer que inventes de ir! Já é tempo de eu assumir a liderança!"

"Tu és tola, és estúpida" – silvou a cabeça – "pois não apenas te meterias em todo tipo de trapalhada, como também me arrastarias contigo!"

Mas a cauda teimava tanto em sua insensatez e a discussão ficou tão feroz, que a cabeça acabou cedendo só para ter sossego, mas declarou: "Depois não diga que não avisei!"

A cauda então pulou para a frente, feliz, decidida a aproveitar ao máximo sua recém-conquistada liberdade e liderança.

Antes que pudesse pensar, caiu numa poça d’água, e se não saltasse para fora a tempo, estariam completamente perdidas. Pouco depois, entrou numa fogueira, arrastando a cabeça atrás de si. Ficaram tão queimadas que mal escaparam com vida.

Mesmo após esta afortunada salvação, a cauda ainda não aprendera a lição, e insistiu em continuar com aquela liderança tola! Embora a cabeça já estivesse cansada e enjoada daquilo, tinha dado a sua palavra, e, aborrecida, continuou a seguir a tola guia. Mal teve tempo de perceber o que estava acontecendo, quando a cauda se enfiou num enorme espinheiro; ela e a cabeça começaram a se virar, torcer e retorcer para livrar-se, mas ficaram cada vez mais emaranhadas. 
Por mais que tentasse, estavam tão presas nos espinhos que não conseguiram se soltar, e acabaram perecendo – tudo por causa da teimosia e estupidez da cauda, insistindo em guiar a cabeça!

A moral aqui está clara – ai daqueles que se deixam guiar pelos tolos ou por gente de mentalidade inferior. Feliz, porém, é aquele que segue os ensinamentos e os exemplos dos eruditos e dos grandes Sábios.

Uma lição de liderança



Nesta Porção, lemos sobre os grandes líderes do povo judeu, Moshê e seu irmão Aharon.
Os comentaristas observam que Moshê e Aharon permaneceram resolutos e dedicados à sua missão, do início ao fim. O que mais se podia esperar de homens tão ilustres?

Talvez a intenção seja nos dar uma lição significativa. Muitos líderes de grandes causas iniciam suas atividades com ardor, sinceridade e devoção. Com o passar do tempo, porém, impressionam-se com a grandeza da própria posição e começam a mudar; sua sinceridade se perde. 

Hoje, é muito freqüente encontrar pessoas que começam uma tarefa com imensa dedicação e idealismo. Porém, agem do mesmo modo que os líderes históricos: detêm as rédeas do poder com arrogância e orgulho, deixando para trás a dedicação, humildade e sinceridade iniciais.
Isso não ocorreu com Moshê e Aharon. Permaneceram fiéis, justos e dedicados do início ao fim – o poder não lhes subiu à cabeça. Eram verdadeiros homens de D’us, dignos da posição de liderança que lhes foi conferida.

Moshê e Aharon são exemplos de líderes com os quais temos muito a aprender e nos quais os dirigentes deveriam se espelhar.

Liderança



Antes de tornar-se líder de Israel, Moshê (Moisés) era pastor. O midrash nos conta como certo dia, enquanto Moshê pastoreava os rebanhos de Yitrô no deserto do Sinai, um cabrito correu para longe do rebanho. Moshê correu atrás dele, até que o animalzinho chegou a uma fonte e começou a beber. Quando Moshê chegou ao cabrito, gritou: "Oh, não sabia que você estava sedento!" Acalentou o cabrito fugitivo nos braços e levou-o de volta ao rebanho. Disse o Todo Poderoso "Tu és piedoso ao pastorear ovelhas – tu irás pastorear meu rebanho, o povo de Israel."

Além de demonstrar a compaixão de Moshê, o incidente contém outra importante lição: Moshê percebeu que o cabrito não fugiu do rebanho por maldade – estava apenas sedento.

Quando um judeu se afasta de seu povo é apenas porque está sedento. Sua alma anseia por um significado na vida, mas as águas da Torá lhe escapam. Então ele vaga em terras estranhas, procurando mitigar sua sede.

Quando Moshê entendeu isso, pôde tornar-se líder de Israel. Apenas um pastor que não se apressa em julgar o cabrito fugitivo, que é sensível às causas de sua deserção, pode carinhosamente pegá-lo nos braços e trazê-lo de volta para casa.

Suprema corte de Israel quebra monopólio ortodoxo sobre as conversões!


A Suprema Corte de Israel abriu uma brecha no monopólio do rabinato ortodoxo sobre as conversões, ao publicar nesta quinta-feira (31-03-2005) um decreto reconhecendo de fato a validade das conversões feitas por outras tendências derivadas do judaísmo, desde que estas sejam realizadas no exterior, não em Israel.

Esta decisão permitirá a pessoas convertidas pelas correntes Reformista ou Conservadora beneficiar-se da Lei do Retorno. O decreto foi imediatamente criticado pelos partidos ortodoxos e elogiado pelos laicos e pela esquerda.

A Lei do Retorno concede a qualquer judeu o direito de se estabelecer em Israel. Para a legislação israelense, são judias as pessoas de mãe judia ou as convertidas.

No entanto, desde a criação do Estado hebreu, em 1948, o rabinato ortodoxo manteve o controle sobre as conversões realizadas no país, exigindo que sejam feitas segundo o estrito cumprimento da Halachá (lei judaica).

Os diversos governos que se sucederam em Israel sempre haviam se resguardado, até agora, de questionar este monopólio do rabinato ortodoxo sobre as conversões no Estado hebreu, principalmente por causa do papel de árbitro que exerciam frequentemente os partidos ortodoxos no cenário político.

Em teoria, o Estado aceitava a validade das conversões feitas no exterior, mas na prática, o ministério do Interior, controlado durante muito tempo pelos partidos religiosos, exercia uma constante oposição.

O decreto desta quinta-feira, aprovado por sete votos, entre eles o do presidente da Suprema Corte Aharon Barak, contra quatro, encerra um caso aberto há seis anos por quinze pessoas.

Estas pessoas, instaladas legalmente em Israel, mas consideradas não judias, empreenderam uma conversão através dos movimentos reformista e conservador e viajaram ao exterior para completar este processo dentro destas comunidades.

Quando voltaram a Israel, elas solicitaram o benefício da Lei do Retorno, que lhes foi recusado a pretexto de que sua conversão havia sido iniciada em Israel. Mas a Suprema Corte acabou lhes dando razão.

"Segundo a Lei do Retorno, será considerada judia uma pessoa que viajou a Israel e que empreendeu uma conversão dentro de uma comunidade judaica reconhecida no exterior, onde foi finalizar seu processo de conversão depois de ter estudado o judaísmo dentro das tendências reformista ou conservadora em Israel", de acordo com o decreto emitido pela Suprema Corte nesta quinta-feira.

Os quinze requerentes poderão agora se beneficiar da ajuda substancial em matéria de alojamento e a instalação concedida pelo governo aos novos imigrantes que vieram a Israel e se encaixam na Lei do Retorno.

Este decreto é crucial para os movimentos Reformista e Conservador do judaísmo. Nascidas na Alemanha, estas duas tendências têm uma interpretação bem menos rígida da lei judaica que os ortodoxos, e questionam alguns preceitos do Talmude. Minoritárias em Israel, elas são majoritárias nos Estados Unidos, onde vive quase a metade da comunidade judaica mundial.

O deputado Elie Yishai, líder do partido ultra ortodoxo Shass, não duvidou em comparar a decisão emitida nesta quinta-feira pela máxima instância jurídica do país a "um atentado terrorista com cinturão de explosivos contra a identidade do povo judeu".

Por sua vez, o deputado Yossef Lapid, dirigente do partido laico Shinui (oposição), elogiou o decreto da Suprema Corte, "que acaba com uma injustiça histórica contra as tendências reformista e conservadora".

Fonte: Por Jacques Pinto - JERUSALÉM, 31 mar 2005 (AFP)

Pêssach: um mandamento divino



No primeiro dia do mês de Nissan, duas semanas antes do Êxodo do Egito,
D'us disse a Moshê e Aharon: "Este mês será para vocês o começo dos meses; será o primeiro mês do ano para vocês. Vão e falem à toda a congregação de Israel: no décimo dia deste mês, cada homem deverá tomar um cordeiro, conforme a casa de seus pais, um cordeiro para cada família; e deverá mantê-lo até o décimo quarto dia do mesmo mês; e toda a assembléia da congregação de Israel deve abatê-lo ao anoitecer. Deverão pegar o sangue e transportá-lo para as casas onde deverão comê-lo. Comerão a carne naquela noite, tostada ao fogo, com pão ázimo; comê-lo-ão com ervas amargas... E não deixarão sobrar nada até a manhã; mas aquilo que sobrar até a manhã deverá ser queimado com fogo. E assim deverão comê-lo: com a cintura cingida, com sapatos nos pés e o cajado na mão; e devem comê-lo com pressa, - é o Pêssach do Senhor. E quando Eu vir o sangue, passarei sobre vocês, e não haverá praga que os destrua, quando Eu golpear a terra do Egito. E este dia será para vocês um memorial, e deverão celebrá-lo como uma festa do Senhor, através de todas as gerações.
".... vocês deverão comer pão ázimo, e jogar fora todo fermento de suas casas. E seus filhos dirão a vocês: O que isto significa? Vocês dirão: É o sacrifício de Pêssach a D'us, que passou sobre as casas dos filhos de Israel no Egito quando Ele golpeou os egípcios e poupou nossas moradas."
Tudo isso foi dito por Moshê aos filhos de Israel, e eles fizeram como D'us lhes ordenara.
Veio a meia-noite de quatorze para quinze de Nissan, e D'us golpeou todos os primogênitos na terra do Egito, do primeiro filho do faraó ao do prisioneiro nas masmorras; e todos os primogênitos dos animais, como Moshê havia avisado. Houve um lamento pungente e ensurdecedor, pois em cada casa um ente amado caíra golpeado de morte. Então o faraó procurou Moshê e Aharon naquela mesma noite, e lhes disse: "Levantem-se, saiam de perto de meu povo, vocês e os filhos de Israel; vão, sirvam ao Senhor como desejam; tomem seus rebanhos, como disseram, e vão, e me abençoem também." Finalmente o orgulho do Faraó fora quebrado.
Enquanto isso, os hebreus estavam se preparando para sua apressada partida. Com os corações batendo, reuniram-se em grupos para comer o cordeiro pascal. Participaram da refeição da meia-noite, preparada conforme as instruções de Moshê. As mulheres tiraram dos fornos os pães ázimos, que foram comidos com a carne grelhadas dos cordeiros. O sol já havia se erguido no horizonte quando, à palavra de comando, toda a nação dos hebreus avançou. Mas nem mesmo em meio ao perigo, esqueceram o penhor dado por seus ancestrais a Yossef, e carregaram seus restos mortais com eles, para enterrá-los mais tarde na Terra Prometida.
Dessa maneira os filhos de Israel foram libertados do jugo de seus opressores no dia 15 de Nissan, no ano 2448 após a criação do mundo. Havia 600.000 homens acima de 20 anos de idade que, com suas mulheres, crianças e rebanhos, cruzaram a fronteira do Egito para serem uma nação livre. Muitos egípcios e outros não-judeus juntaram-se aos triunfantes filhos de Israel, esperando partilhar de seu glorioso futuro. Os filhos de Israel não deixaram o Egito de mãos vazias. Além de seus próprios bens, os aterrorizados egípcios haviam entregado a eles seus valores em prata e ouro, vestimentas, num esforço de apressar sua partida. Dessa maneira D'us cumpriu em cada detalhe Sua promessa a Avraham de que seus descendentes deixariam o exílio com grandes riquezas em recompensa aos 210 anos de trabalhos forçados.
Liderando o povo judeu na sua jornada durante o dia havia uma coluna de nuvem, e à noite, uma coluna de fogo iluminando o caminho. Estes mensageiros Divinos não apenas guiavam os filhos de Israel, como também preparava o caminho à sua frente, tornando-o fácil e seguro.

Torá sempre atual


Ao abrir um livro da Torá, você encontrará algo que o fará olhar para a vida, para a religião e para outras pessoas de maneira diferente. E mais, isso conecta à Fonte de tudo.
Traz paz para os inquietos, entusiasmo aos ansiosos, propósito aos que querem uma vida mais significativa. Para todos: médicos, advogados, professores, programadores, contadores... e para você.
Se isso pode transformar seu dia, imagine o que pode fazer com sua vida! Este é o projeto místico da Criação, bem como seu destino. No Sinai, D'us entregou-lhe a Torá.
Tecnicamente Torá se refere ao pergaminho mantido na Arca Sagrada da sinagoga, ou aos Cinco Livros de Moisés. Mas é também tudo que se projeta a partir deste tronco central: milhares de anos de sabedoria.
Historicamente é a experiência que todo nosso povo vivenciou no Sinai e transmitiu de geração em geração, sem falhar, até os dias de hoje.
Literalmente, Torá significa direção, ou orientação. São as instruções para a vida e o roteiro deste mundo, de acordo com o Próprio Fabricante.
A Torá foi a primeira a reconhecer o valor de cada pessoa, não apenas de reis e rainhas.
Defende os direitos humanos, a educação universal, a responsabilidade ambiental, a liberdade de informação, a ética na medicina, a justiça e reforma social, o conceito total de progresso e esperança para o futuro.
Ainda hoje tentamos alcançar a Torá.
Viver Torá é viver os tempos de Mashiach, os tempos sonhados e ansiados pelos nossos Sábios e por aquele tempo estar tão próximo, exatamente por isto, a Torá agora está em todos os lugares como nunca esteve antes.

Judaismo é ação!



O Judaísmo é uma religião de 613 mandamentos, não uma série de "nisto deves acreditar" e "nisto não deves acreditar", mas de 613 leis divididas entre "isto deves fazer" e "isto não deves fazer". Exige o cumprimento das 613 mitsvot, preceitos da Torá.
Se alguém vier e lhe perguntar: "Você é religioso?" hoje em dia encontraremos muitos judeus que responderão: "Posso não me manter casher, posso não guardar o Shabat, talvez não cumpra nenhuma das leis da Torá, mas sou judeu no coração." Qual o significado desta declaração? É que judeus hoje, vivendo num mundo com outras influências dominantes - onde religião é definida por outros padrões que não os atos - estão se identificando como judeus "devotos". Muito mais do que simples fé ou credo, quando um judeu fala sobre D'us, deve estar mais preocupado com atos.
Você é um judeu, em termos judaicos, significa: "Você cumpre a Torá e as mitsvot? Observa a Aliança feita há muito tempo no Sinai - na qual, conforme dizem nossos sábios, cada alma judaica de todas as gerações estava presente e persuadiram D'us a nos tornar o Seu povo através da declaração 'Naassê ve Nishmá', 'faremos e [só então] entenderemos?'" Para o judeu, a revelação não foi um meio para que o homem visse a aparência de D'us. Ao contrário, foi a maneira que D'us usou para fazer os judeus saberem o que era importante para Ele através da revelação de Seu propósito, ao invés de Sua pessoa.
Ser um "judeu no coração" não é suficiente. A ênfase está nas ações, não em pensamentos; no corpo, não apenas na mente. Ter fé é fundamental, um judeu deve crer, sem dúvida. Entretanto, o propósito da crença em uma Divindade é assegurar que as mitsvot sejam cumpridas. A crença em D'us não é a mensagem, mas o meio. O objetivo não é D'us, mas uma vida de santidade, para a qual crença é simplesmente um pré-requisito. Em que deve um judeu acreditar? Deve tratar primeiro das ações, porque estabelecemos que para os judeus esta é a prioridade número 1.

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